A Ação Cultura Digital surge como catalizadora da rede formada pelos Pontos de Cultura e como ação transversal dos Programas Cultura Viva e Mais Cultura destinada a fortalecer, estimular, desenvolver e potencializar redes virtuais e presenciais entre os Pontos de Cultura. Dentre suas atividades destacam-se o papel de facilitadora da apropriação e do acesso à ferramentas multimídia em software livre pelos Pontos de Cultura para a geração de autonomia. Esta Ação tem um caráter experimental que também pesquisa entorno das possibilidades das novas tecnologias para usos sociais e culturais e contribui para a elaboração de estudos sobre novas formas de colaboração e cooperação.
Em depoimento do ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil, em 2004, registrado no site Cultura Digital:
“Cultura digital é um conceito novo. Parte da ideia de que a revolução das tecnologias digitais é, em essência, cultural. O que está implicado aqui é que o uso de tecnologia digital muda os comportamentos. O uso pleno da Internet e do software livre cria fantásticas possibilidades de democratizar os acessos à informação e ao conhecimento, maximizar os potenciais dos bens e serviços culturais, amplificar os valores que formam o nosso repertório comum e, portanto, a nossa cultura, e potencializar também a produção cultural, criando inclusive novas formas de arte”.[1]
A Ação Cultura Digital, antes de ser uma iniciativa governamental viabilizada pelo MinC, já era uma cultura/conceito difundido entre os vários atores, coletivos e grupos. A Cultura Digital não foi criada “verticalmente”, foi fruto da aproximação e simbiose entre os diversos atores sociais, incluindo o Estado, que estão interessados nas possibilidades da cibercultura e das Novas Tecnologias da Informação e Conhecimento para democratizar o acesso à informação e a comunicação, evidenciando ou criando novas formas de expressão.
Envolve diversos segmentos sociais, promove a diversidade cultural, descentraliza a criação, a produção e a distribuição da cultura brasileira, assim como os processos de tomada de decisão e rumos da própria Ação. A Ação Cultura Digital se materializa como um processo conjunto do poder público com a sociedade civil, principalmente grupos, movimentos e indivíduos que buscam transformações sociais e/ou situados nas periferias físicas e culturais.
Por meio da criação, apropriação difusão do acesso e democratização da tecnologia da informação e comunicação, da produção de conceitos e conteúdos abertos e do uso de softwares livres, esta ação busca apoiar o protagonismo de criadores e produtores de conteúdos. O objetivo principal é o de oferecer mecanismos e estímulos para promover a transformação das pessoas em agentes ativos na cadeia de criação, produção e circulação de informação, a partir do uso de novas e velhas tecnologias de comunicação. Aqui a tecnologia é vista como meio – não como um fim em si própria – e, dessa maneira, o que importa de fato são as pessoas, a apropriação, o uso e a inter-relação com o coletivo e a tecnologia do uso do computador.
Em 2005 e 2006 a Ação Cultura Digital mobilizou centenas de agentes culturais de todo Brasil através da realização de oficinas e Encontros de Conhecimentos Livres, nos quais foram apresentadas ferramentas livres de produção multimídia (áudio, vídeo, gráfica), alternativas de apropriação tecnológica e comunicação (rádio, metareciclagem, internet 2.0), além de promover mostras de vídeos, shows, troca de experiências, conteúdos, com a consequente potencialização da rede dos Pontos de Cultura como pano de fundo, criando rizomas tecnológicos em todo os territórios do Brasil, desenhando uma cartografia tecnológica que aponta uma verdadeira revolução da cultura digital.
Em 2007 a Ação continua por meio dos Pontões de Cultura Digital, que desde então assumiram o papel articulador dessas ações em conjunto com o Ministério e os Pontos de Cultura.
Entrevista da revista A REDE com Sérgio Amadeu:
Informações:
Claudia Houara de Castro
Programa Cultura Viva RRMG
Belo Horizonte-MG
Programa Cultura Viva RRMG
Belo Horizonte-MG
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